sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Para compreender os antecedentes políticos sobre o Haiti:


HAITI TRAS ARISTIDE (EL ESPEJO HAITIANO)
Enviado por CUBA_SOCIALISTA.





por Jean-Bertrand Aristide 
entrevistado por Peter Hallward

.











"O meu governo não foi derrubado pelo povo" , por Jean-Bertrand Aristide, 12/Fev




 Para conseguir alimentos los haitianos deben esperar horas y luchar entre sí.(Foto: Efe)
HAITIANOS DISPUTANDO ALIMENTOS ENTRE SI





HAITI E A MILITARIZAÇÃO NOSSA DE
Por Sandra Quintela 22/01/2010
economista, é integrante do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS)/ Rede Jubileu Sul. Artigo publicado originalmente no correio da revista Caros Amigos.

(...) Desde 2004, o Haiti está ocupado pelas tropas militares da ONU através da Missão de Estabilização do Haiti – Minustah. Desde então, várias organizações nacionais e internacionais têm se posicionado pela retirada das tropas. Após seis anos de permanência no país, pouquíssimo fizeram para a reconstrução do Haiti.
Sabemos que o comando militar dessa missão está sob responsabilidade do Brasil. Por depoimentos já veiculados na mídia, soubemos que as tropas brasileiras estão fazendo do Haiti um campo de treinamento. Como já escrevemos em outros artigos, esses treinamentos servem ao processo de militarização de diversas periferias urbanas. Não é a toa que há treinamentos dessas tropas em favelas do Rio de Janeiro. Elas vão ao Haiti e depois retornam à cidade carioca, como foi o caso da ocupação do Morro da Providência pela Guarda Nacional, em 2008. (...)


Este artigo é muito preciso e oportuno, no que se refere ao Haiti, Rio de Janeiro e a crescente militarização estadunidense da América latina, agora sob o governo de Obama.
Como na canção de Caetano e Gil, penso também que “O HAITI É AQUI”.

veja o depoimento deste investigador da universidade de Campinas, Otávio Calegari Jorge, cujo artigo tem o título “O Haiti é um laboratório para os militares brasileiros”:

(…)” A noite de ontem foi a coisa mais extraordinária de minha vida. Deitado do lado de fora da casa onde estamos hospedados, ao som das cantorias religiosas que tomaram lugar nas ruas ao redor e banhado por um estrelado e maravilhoso céu caribenho, imagens iam e vinham. No entanto, não escrevo este pequeno texto para alimentar a avidez sádica de um mundo já farto de imagens de sofrimento.

O que presenciamos ontem no Haiti foi muito mais do que um forte terremoto. Foi a destruição do centro de um país sempre renegado pelo mundo. Foi o resultado de intervenções, massacres e ocupações que sempre tentaram calar a primeira república negra do mundo. Os haitianos pagam diariamente por esta ousadia.

O que o Brasil e a ONU fizeram em seis anos de ocupação no Haiti? As casas feitas de areia, a falta de hospitais, a falta de escolas, o lixo. Alguns desses problemas foram resolvidos com a presença de milhares de militares de todo mundo?”


Sobre a missão de estabilização do Haiti feita por militares brasileiros, Otávio Calegare Jorge extraiu esta preciosa declaração feita pelo coronel Bernardes do principal batalhão brasileiro da Minustah (United Nations Stabilization Mission in Haiti):


“Quando questionado sobre o interesse militar brasileiro na ocupação haitiana, o coronel Bernardes não titubeou: o Haiti, sem dúvida, serve de laboratório (exatamente, laboratório) para os militares brasileiros conterem as rebeliões nas favelas cariocas. Infelizmente isto é o melhor que podemos fazer a este país”.(...).

A declaração pode ser lida aqui – http://www.resistir.info/a_central/haiti_laboratorio.html